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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Críticas infundadas ao filme do Lula


Em uma comunidade de jornalismo do orkut, vi uma reclamação de que o filme do Lula não era 100% fidedigno à realidade, por contar fatos históricos nem sempre de acordo com o que de fato aconteceu.
Eis a resposta que dei ao suposto crítico que nada soube fazer a não ser empregar argumentos erigidos sob um castelo de areias:
Lá vem ele, o destruidor de ídolos, todo ofegante na iminência de “desmistificar” o que é falso e revelar-nos a grande e majestosa verdade: o filme sobre Lula não é de todo “verídico”! Acontece que tal proposta é tão banal, que isso não é revelação divina: é dizer o óbvio do óbvio. E por que haveria de sê-lo? Diga-me, Osman: você poderia nos citar alguma adaptação para o cinema que seja 100% realística? Citarei alguns casos de filmes considerados sobre eventos históricos e que não o são. “Coração Valente”, por exemplo, recebeu inúmeras críticas; uma delas pelo fato Edward II, se o filme fosse fidedigno, teria de ter 13 anos. “Shakespeare Apaixonado” tampouco. O que dizer de “Gladiador”, com inúmeras batalhas não documentadas historicamente? Et al. Pergunto então ao nosso guerreiro em prol da verdade: poderia nos citar um filme que seja em sua totalidade condizente ao material histórico?

O filme de Lula, creio eu, está mais para romance, e você não encontrará um que atenda à sua proposta iconoclasta. Se os diretores de cinema adotassem seu critério “realista”, passariam fome. A “magia” do romance é justamente o que se opõe ao que você defende, vide que é idealizadora. Seu intento, evidentemente, é desmoralizar, ridicularizar, denegrir. Basta que cite um único caso de romance que atenda às verdades enquanto tais. Filmes são adaptações, reinterpretações, e não têm que atender a qualquer critério rigoroso factual: romances não são livros de história.
Fatos em filmes sempre são readaptados. Vai ser difícil você achar algum filme de cunho histórico e/ou bibliográfico que seja totalmente preciso historicamente.


Se você quer a verdade crua e simples, recorra às biografias escritas, e mesmo assim encontrará contradições entre diferentes autores e informações não totalmente embasadas. Pode também recorrer aos bons e velhos documentários, que ao menos teoricamente se aproximam mais dos fatos nus e crus, todavia também esbarraremos nas intenções dos autores, as imagens selecionadas, os depoimentos.
Imagine a reação de um público no cinema pelo fato de você, o grande “iluminado” , libertador e guerreiro da verdade, revelar-lhes que o filme assistido não é totalmente verdadeiro?Não daria certo. Se você quer depositar seu ódio e/ou descontentamento contra o presidente, faça-o com toda a liberdade de expressão possível, mas que pelo menos tenha um pouco mais de sensatez.




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