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sábado, 25 de setembro de 2010

"O último exorcismo" segue o tom de "Bruxa de Blair"


Procuro ver algo positivo mesmo quando um filme não é tão bom. Se o tom de documentário "realista" do filme não convence tanto, os protagonistas se destacam.  Na história, o reverendo Cotton Marcus resolve registrar em um documentário o seu último exorcismo, escolhendo a ingênua Nell Sweetzer, filha de um fanático religioso. 
A princípio, Cotton utiliza equipamentos eletrônicos para mostrar como é fácil simular uma possessão demoníaca, como quando usa gravadores com sons demoníacos para criar um ambiente de terror e crença de que o diabo realmente existe. Tudo dá certo até ele começar a perceber que existe mesmo  um demônio no corpo de Nell, interpretada pela boa atriz Ashley Bell. Seu irmão, Caleb, desconfia de Cotton desde o início, mas sente o problema literalmente na pele, quando a irmã louca, insandecida e possuída esfaqueia-o.

Patrick Fabian no papel de reverendo também encarna bem o personagem, uma mistura de pregador de Igreja Universal com oportunista que tenta desmascarar toda a crença em exorcismo e que se dá mal.

O filme trás uma critica embutida ao fanatismo religioso que predomina no interior dos Estados Unidos, com pais que mal deixam seus filhos terem contato com o mundo exterior e que são avessos ao ensino tradicional, optando  pelo ensino em casa (homeschooling). Se você não gosta de religiões e de fanatismo religioso como eu, ao menos vai gostar deste lado do filme, pois fica a lembrança de que sempre vão existir reverendos, pastores e padres muito charlatães que fazem de tudo para imbutir a crença no diabo nos pobres seguidores para ganharem dinheiro e benefícios. Sobre isto, o reverendo aparece segurando vultuosos maços de dólares, após o primeiro exorcismo "falso". Enfim, a história segue até Nell aparecer de surpresa no hotel onde o reverendo e os documentaristas estavam hospedados.

Possuída, Cotton decide levá-la para o hospital. Ao voltar para casa, nossa ingênua possuída por um demônio recebe agora uma verdadeira sessão de descarrego, digo, exorcismo, mas então uma ligação de um médico do hospital conta que ela estava grávida e a situação aparentemente muda. Durante o  exorcismo, Cotton deduz que as tais possessões na verdade eram sintomas de vergonha de uma gravidez, que seria  fruto de um rápido relacionamento com um rapaz de sua cidade. Mistério supostamente resolvido, Cotton vai embora com a equipe de filmagem mas para no café onde o alegado pai do bebê trabalha.  O reverendo fica perplexo ao perceber que obviamente ele não era o pai da criança, pois o garoto é gay. Ao voltar para a casa dos Sweetzer, a bagunça está instalada e ocorre o que eu conto um pouco mais abaixo.






Atenção, spoilers-não leia se não quiser saber o final do filme:










O final do filme é decepcionante, com um grande clima de "e daí?" deixado no ar.
Contando com um baixo orçamento, os roteiristas e o diretor colocaram o pastor da igreja local da cidade da possuída Nell para fazer uma espécie de ritual satânico para tirar o feto que ela carregava, que era o que a deixava possuída em questão (??). Isto não tem nenhum sentido nem para o roteiro e nem para a história dos exorcismos, que obviamente sempre envolveram questões psicológicas.
Os membros da equipe de filmagem que acompanhavam o reverendo Cotton são assassinados por fanáticos religiosos (??) e o reverendo ao que parece morre nas chamas da fogueira onde o filho do demônio retirado de Nell foi atirado.
As cenas de possessão da garota não trazem nada de novo, para quem já assistiu "O exorcista", caindo algumas vezes em alguns clichês de filmes de terror, como " a garota assustadora no corredor", mas ainda assim são capazes de dar alguns sustos.
Se você estiver com dinheiro sobrando, assista. Se não, procure assistir clássicos do tema, como o  "O exorcista", de 1973.

Trailer:

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