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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Crítica do filme “O Preço do Amanhã”




“Admirável Mundo Novo” e “1984” são dois livros (que também viraram ótimos filmes) que sempre servem de inspiração para outras histórias de ficção. Em “O preço do Amanhã”, do roteirista e diretor Andrew Niccol, é possível fazer paralelos entre as três histórias. Para aumentar o molho das inspirações, recentemente o escritor de ficção Harlan Ellison afirmou que o filme foi baseado em seu livro ‘Repente, Harlequin”, que contava uma história similar. Tive contato com a novela original e de fato, os enredos são parecidos.

A trama se passa em uma sociedade onde o gene do envelhecimento foi bloqueado. Ao completar 25 anos, as pessoas permanecem jovens eternamente, contanto que paguem caro por isto. Todos possuem um relógio digital, que aparece como cronômetro no antebraço, marcando quanto tempo falta para a morte. Aí surge uma ligação com “Admirável Mundo Novo”: a manipulação genética, que tornam todos saudáveis, mas com um preço caro a ser pago.

Nesta sociedade, agentes do tempo (e presumivelmente, os governos) controlam como e quando as pessoas obterão mais tempo: agora, temos a ponte com a excelente história de George Orwell, em 1984 e o “Grande irmão” que vigia tudo e todos, caprichando nisto mais ainda com o fato de haverem câmeras de vigilância por todos os lados. O sistema é simples: os mais ricos vivem séculos, enquanto os mais pobres vivem com pouco tempo e diariamente sofrem para conseguir mais tempo, que pode ser obtido através de trabalho, empréstimos, assaltos e doações, exatamente como ocorre com o dinheiro no mundo real.

É aí que entra Justin Timberlake, no papel de Will Salas. Ele batalha contra a injustiça de só ricos terem tempo sobrando e sua mãe (Olivia Wilde, aproveitando as boas escalas para filmes de ficção) ter morrido justamente por falta do mesmo.

Will resolve se vingar contra o injusto sistema, se infiltrando nos meandros do mesmo e se aproximando da rica família Weis, a qual possui uma herança de milhões de anos: Por que não distribuí-los aos podres, que lutam por alguns míseros minutos diariamente? É o Robin Hood dos relógios da vida. O personagem de Timberlake recebe logo no início da película de presente de um ricaço muitos séculos, mas os agentes temporais desconfiam que ele tenha roubado deste milionário da vida (Henry Hamilton, vivido por Matt Bomer). Aqui temos um dilema moral de ficção: Vale apena viver para sempre?

O protagonista entra em contato com (literalmente) ricaço Philippe Weis (Vicent Kartheiser) e sua filha Amanda (Amanda Seyfried), que resolve se rebelar contra este sistema de “castas do tempo”. Juntos, causam muitos inconvenientes aos “controladores dos relógios” e engatam um thriller de fuga e perseguição de qualidade.
“O Preço da Amanhã” é uma ficção científica honesta, que não precisa de efeitos especiais caríssimos para funcionar e certamente vai agradar até quem não é fã do gênero.

Nota: 9,0

Trailer:

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