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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Crítica do filme "Tim Maia"



Um dos maiores personagens da música brasileira acaba de ser retratado por Mauro Lima. Com alguns toques de ficção, a história é fiel a boa parte de sua vida. Robson Nunes e Babu Santana interpretam o rei do soul e do funk brasileiro, mostrando seus ataques de destempero com bom humor, além de todos os seus trejeitos. O Tim Maia (1942-1998) retratado na película mostra que sem dúvidas ele poderia ter sido musicalmente infinitamente maior do que foi, se não fossem as drogas e os outros problemas de saúde.

Sem dúvidas sua vida já renderia um filme desde o início, enquanto crescia nas ruas do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. Sempre superava as adversidades para alcançar seus objetivos. A trama retrata bem uma boa parte a história da música brasileira. Os grandes personagens que cruzaram por ele estão ali. Seu então amibo Roberto Carlos (muito bem interpretado por George Sauma, com todos os seus trejeitos), Erasmo Carlos (Tito Naville), Rita Lee (Renata Guida), Nara Leão (Mallu Magalhães) e Carlos Imperial (interpretado pelo hilário Luís Lobianco, do grupo de vídeos de humor "Porta os Fundos") .
A narrativa da história fica por conta de Fábio (Cauã Reymond), músico que tocou com ele por 30 anos.
Aliás, é bom esclarecer que "Fábio" é um pseudônimo do paraguaio Juan Senon Rolón, mas o personagem também sintetiza outros amigos que passaram por sua vida. Por causa de processos e polêmicas, algumas pessoas ficaram de fora da sua filmografia. O filho de Beto Cajueiro, guitarrista do cantor, criticou o longa (leia aqui).


O roteiro da história é baseado no livro de Nelson Mota "Vale Tudo: O som e a fúria de Tim Maia", mas também bebe da fonte "Até Parece que foi sonho-Meus 30 anos de amizade e trabalho com Tim Maia" de Juan (Fábio).

As músicas do filme são muito bem interpretadas, bem vívidas e as bandas que participam da sonorização da história são perfeitas. A fotografia e a retratação dos anos 60 e 70 também são magistrais.

Problemas com drogas, momentos de genialidade em que ele compunha e gravava, sua fase mística com a "Cultura Racional" e seus entreveiros amorosos estão ali. Geisa, sua mulher, é retratada por Alinne Morais com o nome "Janaína". Essas pequenas adaptações fictícias da história não atrapalham o andamento do trama.
 O triste fim da sua vida também é bem retratado, com o show que ele faria em 1998, com gravação de um especial de fim de ano, com orquestra.


Babu Santana, brilhantemente interpretando o cantor


Tim Maia sem dúvidas foi um grande homem. Polêmico, genial e que marcou seu nome na história da cultura brasileira.

Trailer:







Recomendo também o especial da Globo "Por toda minha vida" sobre Tim Maia, que esclarece alguns pontos menos comentados no filme:






Assista também este show de 1996, na TV Cultura, onde ele aparece bem e muito animado:



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