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domingo, 24 de maio de 2015

Resenha do filme Mad Max - Fury Road (2015)



É raro ver nos dias de hoje onde vários personagens assumam o protagonismo em harmonia, sem sobressaltos. Claro que há o principal, Max, mas George Miller acertou na mão tanto no elenco quanto nos personagens, em Mad Max - Fury Road. É bom ressaltar que há pouca computação gráfica e quase tudo é feito " na raça". Os carros são reais, assim como quase todas as cenas de ação.

Repetindo mais o clima do segundo filme da franquia (Mad Max 2: A Caçada Continua), novos elementos são introduzidos e até uma polêmica envolvendo o feminismo foi levantada  - explico mais abaixo.




Em vez de um mundo apocalíptico pós-Guerra Fria, temos um ambiente hostil causado pela falta d´água, mudanças climáticas e problemas causados pela escassez de petróleo.



A trama se desenvolve quando Max (Tom Hardy) é capturado para servir de "bolsa de sangue" para um War Boy ("garoto guerreiro", em uma tradução simples) de Immortan Joe, na Cidadela, e passa um bom trecho da história deixando o espectador em agonia, o qual anseia-o por vê-lo logo livre e lutando contra os que pegaram-no.

Tudo ocorre em um mundo onde miseráveis se estapeiam por água, dependendo da generosidade deste antagonista. Já começa aí uma boa metáfora sobre o que ocorre no capitalismo moderno. Pobres dependendo da bondade do que é concentrado na mão dos ricos.




Quando ele consegue escapar, acaba por encontrar a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron), que tenta voltar para sua terra-natal com um dos veículos da Cidadela. Vale dizer que esse protagonismo feminino e feminista, onde mulheres lutal de igual para igual com os homens, irritou vários machista na internet, gerando muitos debates. Certamente muitos homens, diria eu inseguros, se sentiram inconscientemente ameaçados com o que aparece. E, mais para a frente na história, outra "gangue" de mulheres fortes e duronas aparecerá.


Tudo no filme é mercadoria: pessoas que são bolsas-vivas de sangue, mulheres que servem apenas para gerar filhos, água, gasolina e até leite materno, que serve de alimento para os guardiões da cidadela (!).


Não falarei muito sobre a trama, que têm várias reviravoltas e prefiro discorrer sobre a fotografia e a música. As imgens em Cinemascope, capturando grandes paisagens do deserto australiano e os veículos insanos feitos com carcaças de carros antigos são espetaculares, assim como a trilha sonora. A máquina de guerra da cidadela precisa de uma trilha-sonora constante e para isto, temos duas coisas fantásticas: Uma bateria de tambores constantes e rompantes, assim como um guitarrista-insano metaleiro "do mal" tocando uma guitarra que solta fogo, com acordes em tons bem graves. E o mais interessante: O guitarrista do filme é realmente um músico (Sean Hape, mais conhecido como iOTA e um músico de rock popular na Austrália, onde o filme foi gravado) e estava tocando de verdade, nas gravações!
Leia aqui uma entrevista como isto foi possível.



O maior mérito do diretor é aliar todos estes elementos sem sobressaltos, em um equilíbrio raro nos dias de hoje.  Diria que os diálogos em si não são tão extensos, mas são marcantes e o que realmente induz o espectador a prestar atenção em toda a película são as sequências insanas no deserto, com muitas explosões e batalhas nos veículos bisonhamente montados para o filme.
Uma sequência deve sair para este  "reboot" de Mad Max e sem dúvidas será-bem vindo.
Talvez a geração atual de cinéfilos não tenha assistido à trilogia original, mas fica aqui a dica. 

Nota: 10

Trailer:








Curiosidade: Trechos do "Making of" do filme:

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